Sindprev-ES enviará caravana para fortalecer a luta. Trabalhadores reivindicam 27,3% de reajuste e repudiam o ajuste fiscal do governo
Nos dias 7, 8 e 9 de abril, Brasília sediará a Jornada Nacional de Lutas, com a participação de trabalhadores e trabalhadoras federais de todo o Brasil. A atividade faz parte da agenda de mobilização da Campanha Salarial Unificada dos Servidores Públicos Federais (SPF’s).
A jornada tem como objetivo pressionar o governo para o atendimento das reivindicações dos trabalhadores, defender os serviços públicos de qualidade, enunciar para a população e repudiar as medidas de ajuste fiscal, as privatizações, as terceirizações, os cortes de direitos e a precarização. Haverá também discussões sobre o indicativo de greve dos servidores públicos federais.
ES na luta
Em assembleia realizada no dia 18 de março, em Vitória, a base do Sindprev-ES aprovou que seja enviada uma caravana para fortalecer a luta. E, já prevendo as dificuldades da negociação com o governo, aprovou também o indicativo de greve.
“O novo-antigo governo Dilma já começou com ataques aos trabalhadores e trabalhadoras, tarifaço, aumentos da gasolina, da energia e escândalos de corrupção. Além disso, a economia continua em crise e o governo vai querer impor mais um ano sem reajuste real e correção das defasagens salariais. Temos que lutar muito, de forma unificada, pois a prioridade do governo é o pagamento dos juros da dívida pública, que consumiu mais de 45% do orçamento federal executado em 2014”, convocou a diretora do Sindprev-ES, Marli Brigida.
“Inviável”
A jornada ganhou ainda mais importância depois da reunião do dia 20 de março, na qual representantes de 49 entidades e sindicatos de trabalhadores públicos federais se reuniram com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, em Brasília. Eles foram informados pelo representante do governo que o reajuste linear de 27,3% reivindicado pelas categorias é “inviável”.
Esse reajuste tem como base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto de 2010 a julho de 2016, que foi de aproximadamente 44%, já descontados os 15,8% concedidos pelo governo em três parcelas, de 2013 a 2015.
Entre as entidades estava a Fenasps, representada pelo diretor Moacir Lopes. “Além de afirmar que não tem como reajustar os salários em 27,3%, o governo propôs acordos para mais de três anos, mas a Fenasps cobrou que o governo apresente quais são os valores disponíveis no orçamento para a negociação”, informou Lopes.
O diretor da Federação informou ainda que o governo propôs um calendário de negociações que vai de maio a julho, mas a Fenasps fez uma contra proposta para antecipar as negociações para abril.
“O governo ficou de avaliar as propostas e dar retorno para as entidades. Mas já informamos que não vamos aceitar pagar a conta da crise”, disse Lopes.
Mais reivindicações
Além do reajuste linear de 27,3%, os trabalhadores federais encaminharam outras demandas ao governo. Elas compõem a pauta de reivindicações da Campanha Salarial Unificada, lançada no dia 25 de fevereiro com um ato em frente ao Ministério do Planejamento (MPOG), em Brasília. O evento reuniu representantes de 32 entidades sindicais e a Fenasps marcou presença.