A insegurança vai continuar até quando, senhor Casagrande? Este é mais um exemplo de como é perigoso trabalhar nos hospitais públicos capixabas
O governo Casagrande deve achar que os trabalhadores da Saúde são super-heróis. Pelo que eles enfrentam diariamente, eles são quase isso. Porém, o dia-a-dia da categoria está longe de ser uma história em quadrinhos. E a realidade traz mais um exemplo da insegurança, das dificuldades e do perigo que é trabalhar nos hospitais públicos no Estado.
Nessa terça-feira, 03 de dezembro, o Hospital Antônio Bezerra de Farias, em Vila Velha, foi palco de mais uma cena que levou pânico a trabalhadores e pacientes.
Após uma briga de gangues, houve tiroteio em frente ao hospital. E também na recepção, quando um homem armado tentou entrar no pronto socorro e deu quatro tiros para o alto, apavorando os trabalhadores e pacientes. As informações são do Gazeta Online. Confira a íntegra da matéria aqui.
Diante de mais esse atendado a um hospital público do Estado, o Sindsaudeprev lamenta a situação e cobra do governo Casagrande uma solução.
“Esse governo deveria promover uma política para resolver essas questões de insegurança, pois a política de segurança nos hospitais se limita à segurança patrimonial. Mas trabalhadores e pacientes ficam com suas vidas expostas por conta de situações de risco de morte como essa. Nossos trabalhadores se sentem abandonados por quem deveria garantir a integridade física da categoria e dos pacientes”, informa a coordenadora do Sindsaudeprev, Luceni Novaes.
Infantil. É preciso lembrar que em agosto deste ano o Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (Hinsg), em Vitória, foi cenário de outro caso de insegurança, quando um adolescente em conflito com a lei atirou contra outro adolescente que era atendido.
E naquela ocasião, o governador chegou a propor que adolescentes em conflito com a lei, a partir dos 15 anos, fossem atendidos em hospitais gerais, de adultos.
Ou seja, os tiros no Antônio Bezerra mostram que não adianta transferir o problema de lugar. Até porque, um dos envolvidos no episódio em Vila Velha tinha 16 anos. E não são apenas adolescentes que se envolvem em crimes e que precisam ser atendidos em hospitais.
Insalubridade e periculosidade
A legislação trabalhista diz que o trabalhador, que atua em atividades insalubres e perigosas, deve escolher qual adicional ele vai receber: insalubridade ou periculosidade.
No mês passado, a categoria fez uma greve (foto), de 16 dias, que reivindicava a insalubridade, dentre outras coisas. Insalubridade que foi retirada pelo governo, dentro da sua política de precarização da classe trabalhadora, de retirada de direitos.
Pelo que vem acontecendo nos hospitais, quem trabalha na Saúde o ES deveria poder optar por um dos dois benefícios: seja por atuar em ambientes insalubres; seja por atuar em ambientes com alto grau de risco de morte.
Por isso, governador Casagrande, apresente uma solução concreta! Uma política que garanta segurança à integridade física da classe trabalhadora e da população usuária dos hospitais públicos.
Só não dá para aceitar como solução do problema a privatização dos hospitais públicos para. Pois isso não vai solucionar nada! Até porque essa violência de hoje é fruto da política econômica dos governos que enchem os bolsos de banqueiros e mensaleiros, deixando as políticas públicas à míngua.