A notícia do afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), por liminar concedida pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello foi o tema da noite de ontem e será provavelmente do dia de hoje. É um avanço que mais um da corja de políticos corruptos e que estão a serviço do grande capital e de seus interesses, seja desmascarado.
Entretanto é preciso estarmos alertas. Em primeiro lugar porque a liminar tem caráter provisório, pode ser revertida. Em segundo lugar, porque aliados de Renan já realizaram reunião para tentar devolvê-lo ao cargo, segundo publicação desta manhã da Folha de S. Paulo, que traz a insatisfação de um senador. “É muito sério tirar o chefe de um Poder por liminar. Nem com Eduardo Cunha foi assim”, reclamou. De acordo com a matéria, os senadores aliados cogitam entrar, em nome da instituição, com um pedido de suspensão do ato à presidente do STF, Cármen Lúcia.
Essa decisão também colocou um desafio ao PT. Ao Jorge Viana (PT-AC) assumir o cargo antes de Renan, recebe a responsabilidade pela votação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 55 que congela em 20 anos o orçamento da União para os serviços públicos. O PT fez campanha contra a PEC 55 e alardeou suas consequências nefastas ao país. Portanto, é necessário que neste momento derrube esta votação e essa proposta de emenda.
“Não baixaremos a guarda, é preciso que as Centrais Sindicais exijam imediatamente que o novo presidente do Senado, Jorge Viana, derrube a pauta da PEC 55, o presidente da Casa tem essa prerrogativa”, diz Joaninha de Oliveira, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.
Diante deste aprofundamento da crise política no Brasil, Joaninha defende que os movimentos sindical e sociais se mobilizem urgentemente. “Temos de exigir a prisão e o confisco dos bens de todos os corruptos e corruptores do país. As provas já estão dadas, seja para as centenas de políticos envolvidos em corrupção como as empresas corruptoras, os beneficiamentos garantidos à Odebrecht desde a época da ditadura militar são uma vergonha”, reforça a dirigente.
A CSP-Conlutas acredita as medidas adotadas devem atingir também o presidente da República Michel Temer, que está apressado em aprovar medidas que destroem com os direitos dos trabalhadores, como a reforma da Previdência.
Portanto, a nossa Central reitera seu chamado de urgência da realização de uma Greve Geral no país. A força da luta dos trabalhadores, neste momento de crise, pode derrotar os ataques promovidos aos direitos dos trabalhadores pelo governo, o Congresso Nacional e os empresários. É hora de derrubar também Temer e os corruptos do Congresso Nacional.
Foto destaque: Creative Commons CC BY – Senado Federal – Flickr (https://goo.gl/nvRCRQ).
Fonte: CSP – Conlutas.