A professora foi algemada na frente de seus alunos, agredida, teve seu celular apreendido, enquanto, aos gritos, os policiais mandavam-na “calar a boca”
Na manhã desta segunda-feira, 15 de abril, a professora do Instituto Federal de Goiás, campus de Águas Lindas, Camila de Souza Marques Silva, foi presa sem acusações, NUMA AÇÃO AUTORITÁRIA, em pleno ambiente escolar, a mando da 1ª Delegacia da Polícia Civil de Águas Lindas de Goiás. Camila também é coordenadora-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) e militante da Intersindical no DF.
O que a princípio era uma denúncia de que poderia ocorrer um atentado, como o que houve em Suzano/SP em 13 de março deste ano, sendo a professora levada apenas como testemunha para depor na delegacia a respeito, terminou sendo um ato de extrema truculência dos policiais civis do estado de Goiás.
Após a concordância da professora em ir à delegacia dar mais informações à Polícia, a mesma foi algemada na frente de seus alunos, agredida (há imagens com o pulso e a mão da professora lesionados), teve seu celular apreendido, enquanto, aos gritos, os policiais mandavam-na “calar a boca”.
Chegando na delegacia, somente após ser fichada, e ouvir do próprio delegado que a detenção foi causada por ela mesma, ela pôde reaver o seu celular para ligar para o advogado do Sinasefe. Antes de ser liberada, Camila ainda foi levada ao hospital para constatar as lesões na mão e pulso direitos.
Perseguição ideológica
Apesar da prisão ter ocorrido aparentemente sem razões, o pano de fundo desta ação policial é conhecido e envolve uma denúncia de doutrinação ideológica aos alunos.
Já a algum tempo, Camila vinha sofrendo perseguição de professores apoiadores de Jair Bolsonaro, e foi acusada de fazer doutrinação ideológica em sala.
Iremos cobrar uma posição do delegado chefe da 1ª Delegacia da Polícia Civil de Águas Lindas de Goiás, que segundo consta na internet é o Sr Josuemar Vaz de Oliveira, acessível pelos telefones: (062) 3201-2798 e 2794 e pelo e-mail: 1drpgoiania@policiacivil.go.gov.br.
A Fenasps considera a prisão da professora e militante uma agressão sem limites que precisa de ser repudiada por todas as entidades sindicais! Não existe lei que apoie este tipo de atitude, e, portanto, tal prisão realizada desta forma, absurda e autoritária, deverá ser investigada e os responsáveis, punidos.
FASCISTAS NÃO PASSARÃO!
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Fonte: Fenasps.