A presidenta Dilma deturpa o sentido das manifestações, como se elas viessem como reforço às políticas do governo e não como um questionamento às mesmas! Esquece que o PT preferiu governar para as elites e não para o povo. E propõe pactos. Não existe pacto entre desiguais!
Ela não ouviu a voz das ruas e propõe pactos pela:
Responsabilidade Fiscal: É parte da política econômica, que destrói serviços públicos, penaliza a população e beneficia banqueiros e empresários. Em 2012, com essa política, 43,98% dos gastos do Governo foram com a dívida pública federal; 10,21% com todos os Estados, Distrito Federal e municípios; 3,34% com Educação, 4,17% com Saúde e 0,04% com saneamento.
Reforma Política: Propôs constituinte, agora plebiscito para ganhar tempo e calar as vozes das ruas. Esses instrumentos são importantes e não podem servir para manipulação! Querem fortalecer os grandes partidos! Exige-se revogação de mandato, redução dos salários, fim dos privilégios e do foro privilegiado, dentre outras bandeiras.
Corrupção: propõe torná-la crime hediondo. Ela é da essência do sistema capitalista e da forma de fazer política deste Governo e se a tipificação do crime fosse para valer, hediondo ou não, provavelmente nem a presidenta escaparia, pois correria o risco de ser condenada com seus antecessores como cúmplice dos mensaleiros! Fala da participação popular e da Lei de Acesso a Informação, mas mantém dados secretos e privatiza a saúde, desrespeitando posição do Conselho Nacional de Saúde! Exige-se participação e democratização efetivas e não apenas formais.
Saúde: a presidenta passa ao largo das reais soluções! Mais que falta de médicos, se tem a falta de verbas, hospitais, condições de trabalho, valorização profissional, salários dignos, concurso público e uma educação voltada para a humanização e não para a mercantilização da saúde. É graças à educação socialista e à solidariedade, que Cuba tem médicas e médicos no Haiti, África, Brasil e diversas partes do mundo, sempre bem aceitos.
Ao invés do combate à pilantropia a presidenta propõe beneficiar hospitais ditos filantrópicos com a troca das dívidas por atendimento. Exige-se aumento das verbas públicas exclusivamente para a saúde pública, fim da terceirização e da privatização.
Transporte público: A presidenta propõe desoneração. Desonerar é desobrigar, é isentar. Quem se beneficia com isso?
Para não mexer no lucro dos empresários ela isentou empresas de transporte, de energia elétrica e postos de gasolina, do pagamento de impostos, prejudicando ainda mais os serviços públicos. Estatização, já!
Educação Pública: A presidenta não fala dos 10% do PIB para a educação pública, Os 100% dos royalties que ela propõe, inclui repasse para escolas privadas e ela não diz quando estarão disponíveis. Vale lembrar que ela privatizou o petróleo, inclusive, o pré-sal e tenta fazer média com a educação.
Ao final ela afirma: “nós todos sabemos onde estão os problemas. Nós todos sabemos que podemos construir soluções. Mas também sabemos das incontáveis dificuldades para resolvê-los”. Não diz onde está a causa das “incontáveis dificuldades.” Está na sangria do dinheiro público! De janeiro a junho/13, a dívida pública consumiu mais de R$ 406 bilhões (51% do gasto federal), a dívida interna utrapassou R$ 2,7 trilhões e a dívida externa 441 bilhões de dólares.
Abaixo a sangria! Não ao pagamento da dívida! Moratória e Auditoria, Já!
Lujan Miranda – Licenciada em Física, advogada, artesã. Compõem a Executiva Nacional da Ação Popular Socialista (APS) e assessora o Sindsaudeprev-ES. Endereço eletrônico: lujanmbm@uol.com.br
Foto: Sérgio Cardoso.