ES é o estado brasileiro com a maior taxa de feminicídios, 11,24 a cada 100 mil mulheres, segundo o Ipea
Cinco dias depois de expor a violência contra a população negra no Brasil, no Dia da Consciência Negra (20 de novembro), os movimentos sociais e da sociedade civil organizada foram novamente às ruas, nessa segunda-feira, 25 de novembro – Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, para denunciar mais um grave problema: a violência contra as mulheres.
O dia de atividades no Centro de Vitória, organizado pelo Fórum de Mulheres do Estado do Espírito Santo, começou cedo, com uma intervenção urbana na escadaria do Palácio Anchieta, onde foi usada tinta vermelha para lembrar sangue. O objetivo era chamar a atenção das pessoas para o ranking que aponta o Estado como o primeiro do Brasil em casos de violência contra as mulheres.
As atividades continuaram na Praça Costa Pereira, onde diversos cartazes e faixas com frases machistas foram pregados. Reportagens com casos de violência contra a mulher e calcinhas também foram espalhadas pela praça, chamando a atenção de quem passava.
O fórum ainda realizou uma simulação de um parto para denunciar a violência obstétrica contra as mulheres.
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Destaques negativos
O Estado do Espírito Santo – segundo do país em homicídios de negros, de acordo com o estudo publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no dia 19 – também tem destaque negativo quando o assunto é violência as mulheres.
Segundo estudo preliminar do mesmo Ipea, a estimativa é de que, entre 2009 e 2011, o Brasil registrou 16,9 mil feminicídios, ou seja, “mortes de mulheres por conflito de gênero”, especialmente em casos de agressão perpetrada por parceiros íntimos. Esse número indica uma taxa de 5,8 casos para cada grupo de 100 mil mulheres.
A pesquisa Violência contra a mulher: feminicídios no Brasil foi apresentada em setembro, na Comissão de Seguridade Social da Câmara dos Deputados.
De acordo com os dados do documento, o ES é o estado brasileiro com a maior taxa de feminicídios, 11,24 a cada 100 mil, seguido por Bahia (9,08) e Alagoas (8,84). A região com as piores taxas é o Nordeste, que apresentou 6,9 casos a cada 100 mil mulheres, no período analisado.
Realizada com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, a pesquisa inova em relação a estudos anteriores por incorporar duas etapas de correção, visando minimizar a subestimação dos feminicídios.
Homenagem
O 25 de novembro foi declarado como o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher no Primeiro Encontro Feminista da América Latina e Caribe, realizado na cidade de Bogotá em 1981. É uma homenagem a “Las Mariposas”, codinome utilizado em atividades clandestinas pelas irmãs Mirabal, heroínas da República Dominicana brutalmente assassinadas em 25 de novembro de 1960.
*Com informações do site do Ipea.