Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, o “déficit” da previdência das/os funcionárias/os aposentadas/os do setor público teria chegado a R$ 6 trilhões, porém a matéria não mostra a metodologia desse cálculo. Em geral esses cálculos partem da falsa premissa de que as contribuições atuais (após décadas de redução do número de servidoras/es ativas/os) teriam que dar conta do gasto atual, deixando de considerar que as/os aposentadas/os de hoje contribuíram no passado e inúmeras vezes as receitas da Seguridade Social foram desviadas para o pagamento de juros da dívida pública (através da DRU, por exemplo, entre outras).
O custo das aposentadorias tem sido alardeado por aqueles que não gostam de enfrentar o verdadeiro rombo das contas públicas, instalado no Sistema da Dívida. Esses que atacam omitem o fato de que servidores contribuíram durante o seu período laboral e que o direito à aposentadoria é garantido pela Constituição Federal. Alegam que o investimento público estaria caindo porque os governos federal, estaduais e municipais têm de destinar recursos para o pagamento das remunerações dos servidores aposentados, tentando jogar a culpa nas costas da classe trabalhadora.
O alarde feito por pessoas que historicamente atacam a Previdência Pública e defendem a sua privatização nos faz questionar se uma nova contrarreforma da previdência estaria sendo pensada. Historicamente, quando os veículos de comunicação tradicionais começam a dar voz a dados que possam dar a entender que funcionários públicos aposentados são responsáveis pelo rombo das contas públicas, enquanto deixam sob o tapete os recursos consumidos pelo Sistema da Dívida, é sinal de que, mais uma vez, a classe trabalhadora está em risco. Vale ficar de olho e acompanhar as notícias a respeito.
Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida.