Este 7 de abril foi um dia movimentado em Brasília. Centrais sindicais, entre elas a CSP-Conlutas, servidores públicos federais e outras categorias participaram durante praticamente por todo o dia de protestos contra a votação do Projeto de Lei 4330, das terceirizações.
Durante a tarde, os trabalhadores que tentaram entrar na Câmara Federal, foram recebidos com repressão da força policial. Há relatos de manifestantes feridos, um foi levado para o Hospital de Brasília em estado grave. Também houve uma prisão.
No início da noite, a manifestação continuava em frente ao Anexo 2 da Câmara, aguardando a votação do PL das terceirizações, já que foram distribuídas senhas limitando o número de trabalhadores na galeria. Como se a Câmara não fosse um espaço público e uma de suas características é promover votações abertas para acompanhamento do público.
Segundo o dirigente da CSP-Conlutas, Paulo Barela, que está no local, há possibilidade de adiamento da votação. “Mas nada está garantido, por isso precisamos permanecer aqui”, afirma Barela que também integra o Fórum dos Servidores Públicos Federais, que está em Brasília realizando um dia de lutas contra o ajuste fiscal que retira verbas principalmente da educação e da saúde, além de ser contra o projeto das terceirizações.
Abaixo, as atividades da Jornada de Lutas de 7 a 9 de abril
Nesta terça-feira (7), a CSP-Conlutas e diversas entidades e movimentos que compõem o Espaço de Unidade de Ação deram início à Jornada Nacional de Lutas, que seguirá com atividades em todo o país até quinta-feira.
O primeiro dia de protestos tem tido como eixo a luta contra o Projeto de Lei 4330/2004, que está previsto para entrar em votação no Congresso Nacional ainda hoje, às 14 horas. Esta medida amplia as terceirizações e precariza ainda mais o trabalho no Brasil, ameaçando a garantia de direitos trabalhistas importantes como férias, 13º salário, descanso remunerado, horas extras e outros.
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No entanto, as bandeiras de luta da Jornada não se reduzem à mobilização contra o PL 4330. Soma-se a essa pauta, protestos, paralisações de categorias e manifestações de rua contra as medidas promovidas pelo governo Dilma Rousseff (PT), os governos estaduais e municipais, assim como pela patronal, que tentam jogar nas costas dos trabalhadores e da população a conta da crise. Seja através das MPs 664 e 665, que atacam e reduzem direitos como seguro-desemprego, pensão por morte e auxílio-doença, seja por das demissões na indústria.
Em Brasília, os servidores públicos federais, a CSP-Conlutas, e diversas entidades, como metroviários de São Paulo, já se concentram em frente à Catedral e articulam uma séria de atividades para barrar o PL 4330.
Os metalúrgicos de São José dos Campos (SP), já nas primeiras horas do dia, realizaram protestos nas maiores empresas da região, entre as quais, General Motors e Embraer. Na Chery, em Jacareí, os trabalhadores – em greve há dois dias – também reafirmaram a rejeição à terceirização irregular praticada na fábrica.
Os rodoviários de Fortaleza (CE) pararam das 4h às 6h contra as medidas do governo federal. A paralisação ocorreu em todas as garagens de ônibus de Fortaleza, além de duas intermunicipais, em Caucaia (Vitória) e Maracanaú (Via Metro). Também como parte da jornada, os servidores públicos federais e municipais realizaram um ato praça do Ferreira, região central.
Em Natal (RN), os servidores da saúde realizaram um ato com passeata pelas ruas da capital contra a privatização do setor.
No Rio de Janeiro, os petroleiros iniciaram as atividades logo de manhã com atraso e assembleia na Usina Termelétrica Barbosa Lima Sobrinho. Durante a atividade, foram discutidas propostas de mobilização contra as demissões no setor e a venda de ativos da Petrobras, por meio do plano de desinvestimento. Um Comitê de Luta está impulsionado pelo Sindipetro Rio de Janeiro e outras entidades, para traçar ações contra essas medidas.
Em Belém (PA), estudantes da ANEL (Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre) fizeram um trancaço na porta da Universidade Federal do Pará contra os cortes no orçamento da Educação.
Fique atento à atualização do site. Ao longo do dia postaremos outras atividades. Envie informe da mobilização no seu estado.
Em Aracajú (SE), técnicos da Universidade Federal de Sergipe (UFS) realizam paralisação. As mobilizações começaram a ocorrer hoje em Sergipe com os técnicos da UFS à frente. Foi realizada uma paralisação na universidade e, em mês de páscoa, dois bonecos de Judas, representando o reitor e o vice reitor da universidade foram queimados em protesto. A paralisação continuará até o dia 9.
Os técnicos protestam pelo cortes de verbas do orçamento federal que atinge com mais força os serviços públicos, em especial a educação. Além de exigir que a reitoria da Universidade Federal de Sergipe implemente a carga horária de 30 horas semanais conquistadas na greve de 2014 e o fim da EBSERH que privatiza o Hospital universitário.
Em defesa de uma Petrobrás 100% Estatal e controlada pelos trabalhadores.
Jornada continua de 8 a 9 de abril
A jornada de lutas continua amanhã e quinta-feira (8 e 9 de abril) com a paralisação de diversas universidades públicas promovidas por docentes, funcionários e estudantes; protestos de metroviários nos três dias da jornada; paralisação de metalúrgicos de Minas Gerais; paralisação de operários da construção civil de Belém (PA) e de Fortaleza (CE), protestos de profissionais da educação estadual e municipal em diversos estados – os que estão em greve também vão fortalecer a jornada de luta-; paralisação de servidores do Rio Grande do Sul e outros estados. Em estados como Minas Gerais, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul haverá atos unificados de várias categorias.
“Estão querendo que os trabalhadores paguem a conta da crise, mas nós vamos denunciar e dizer não. A crise na Petrobras já provocou atrasos de salários e demissões em empresas terceirizadas, as montadoras demitem, os governos das três esferas buscam aprovar medidas que prejudicam os trabalhadores e, nesses casos, não têm oposição dos partidos de direita como PSDB, DEM e outros, porque todos apoiam essas medidas”, ressaltou o dirigente da CSP-Conlutas Paulo Barela.
Confira o Mapa completo com as mobilizações que irão acontecer
Acesse matéria publicada pelo site de notícia IG.
Fonte: CSP-Conlutas.