Plenária da Fenasps no dia 13 de abril definirá se haverá greve. Trabalhadores avaliam que “esse é o momento” já que 2014 é ano de eleições e devem ocorrer manifestações na Copa
Em assembleia realizada nesta sexta-feira, 28, em Vitória, trabalhadores e trabalhadoras federais aprovaram o indicativo de greve unificada para a segunda quinzena de abril.
A deliberação da categoria capixaba ainda será encaminhada à Plenária da Fenasps, no dia 13 de abril, em Brasília. Lá estarão reunidos delegados de todo o país, sendo cinco representantes capixabas também escolhidos na assembleia. Eles vão analisar as deliberações e avaliações feitas nos Estados e definir sobre a realização da greve.
Governo não responde
Um dos motivos que pesaram para a aprovação do indicativo de greve é que o governo não negocia com os trabalhadores. “Entregamos a pauta de reivindicações no ato de lançamento da campanha salarial, ainda em fevereiro. E até agora nada”, informou a diretora do Sindsaudeprev, Marli Brigida.
Clique aqui e confira as reivindicações de cada órgão.
Só depois que os servidores realizaram um protesto, em Brasília, no dia 19 de março, que o governo recebeu a categoria e se comprometeu a dar uma resposta até o final de março. Saiba mais aqui.
É importante lembrar que a categoria já vai realizar o Dia Nacional de Lutas, no dia 08 de abril. Clique aqui e saiba mais.
Eleições, copa e manifestações
A assembleia realizada no auditório do INSS da Beira-Mar, em Vitória, reuniu trabalhadores e aposentados federais de vários órgãos do Estado.
Nas avaliações feitas antes da votação pelo indicativo de greve, muitos trabalhadores apontaram que “esse é o momento” para ser fazer uma greve. Eles alegaram que 2014 é ano de eleições para presidente, governador, deputados e senadores. Com isso, os políticos podem ficar mais “receptivos” às reivindicações da categoria, já que estariam de olho em votos.
Ressaltaram também que as últimas pesquisas sobre avaliação do governo Dilma mostraram quedas na avaliação positiva. Assim, o governo poderia negociar pensando nos votos dos servidores.
Também foi lembrado que há grandes chances das manifestações de junho do ano passado voltarem durante a Copa do Mundo. E que pode haver uma onda de greves pelo Brasil. Os trabalhadores das universidades federais, por exemplo, já estão em greve há duas semanas, em mais de 30 instituições espalhadas pelo país.
“Esse momento e toda essa conjuntura pode ser favorável aos trabalhadores. A pauta com as nossas reivindicações já foi entregue e exigimos respostas e negociação do governo. Se não tivermos respostas, vamos ter que mobilizar a base e fortalecer a luta”, avaliou o diretor do Sindsaudeprev, Willian Aguiar.