Delegação para o Encontro Nacional é eleita no evento promovido pelo Sindprev-ES
As/os assistentes sociais do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS) vão fortalecer a ocupação dos espaços políticos de resistência e de luta da classe trabalhadora. Isso para fazer o enfrentamento dos impactos das mudanças institucionais do órgão em que atuam. E também para lutar contra as ações do governo ilegítimo visando retirar direitos, acabar com a Previdência e com as aposentadorias.
A ocupação dos espaços políticos foi um dos encaminhamentos do Encontro do Serviço Social do INSS, realizado pelo Sindprev-ES, na sede do sindicato, no Centro de Vitória, no dia 2 de março.
Além disso, as/os trabalhadoras/es elegeram a delegação que representará as/os assistentes sociais das agências da Previdência Social (APS) capixabas no Encontro Nacional do Serviço Social do INSS, que a Fenasps promoverá, em maio, em Brasília.
A Comissão Estadual que irá à capital federal é composta pelas assistentes sociais: Deborah Cristina Côrrea; Tatiana Carvalho Lovati, Maria José Rodrigues da Rocha Castro; e Silvana da Silva Tibúrcio, que é coordenadora da Regional Norte I do Sindprev-ES.
“O encontro teve participação de assistentes sociais de vários municípios do Estado. Foi um momento político e de resistência às mudanças (institucionais no INSS) que vêm de cima sem a participação do Serviço Social. E o encontro vem para fortalecer o Serviço Social como um serviço da Previdência. E nossa luta também prossegue para que a população tenha direito ao Serviço Social dentro do INSS. E foi muito positivo”, avaliou a assistente social da APS de Guarapari, Deborah Cristina Côrrea.
Conselho. Atendendo ao convite do Sindprev-ES, uma equipe do Conselho Regional de Serviço Social da 17ª Região/ES (CRESS-17) participou do encontro promovido pelo sindicato.
“O Conselho veio acompanhar a conjuntura dos profissionais do Serviço Social no INSS, neste momento de fortes ataques do governo à Previdência Social”, destacou o conselheiro do CRESS-17, Rander Benedito Prates.
Encaminhamentos
Antes da definição das delegadas, as/os participantes apontaram as dificuldades de atuação nas APS, citando os impactos das mudanças institucionais no órgão, como o INSS Digital, Teletrabalho, entre outros. Elas/es destacaram, ainda, a importância do Serviço Social no INSS. A partir daí, traçaram estratégias de enfrentamento, bem como definiram os encaminhamentos para serem levados ao Encontro Nacional e outros específicos para os locais de atuação.
Os principais encaminhamentos são:
- Ocupação dos espaços de discussão política e de organizações sociais. Fazer contatos com a Frente em Defesa da Seguridade Social, com conselhos de direito etc. Participar das atividades do Sindprev-ES, entre outros;
- Participar/colaborar com a realização de encontros regionais e nacionais para discutir sobre Serviço Social e reabilitação profissional;
- Buscar alianças dentro das APS com os técnicos, analistas e gerentes das agências com presença do Sindprev-ES;
- Fazer relatórios nos locais de trabalho, apontando as dificuldades para traçar estratégias para resistência;
- Empoderar os segurados na busca por seus direitos a fim de evitar que haja redução de serviços, de vagas etc.
É preciso lutar
Durante o Encontro do Serviço Social do INSS, a coordenadora de Finanças do Sindprev-ES, Marli Brígida dos Reis, lembrou que o último reajuste salarial só veio por conta de um movimento grevista.
“Já me vieram perguntar, não vamos ter reajuste em janeiro? Aí, eu lembrei que o último que tivemos foi conquista da greve de 2015. E não vamos ter. No ano passado, apresentamos a pauta ao governo, e o ministro do Planejamento disse que não vai ter reajuste já usando a lei dos 20 anos (Emenda Constitucional 95/2016, que congela investimentos públicos por duas décadas). Então, já temos isso. Fora a questão criminosa de tirar dinheiro da saúde e da educação. Sem falar que temos a reforma da Previdência. E não é uma reforma da Previdência. É o fim da aposentadoria que está em jogo. Por isso precisamos seguir lutando”, frisou Marli.
A assessora política do Sinprev-ES, Lujan Maria Bacelar Miranda, fez uma avaliação da conjuntura do País, lembrando os projetos de retirada de direitos, do discurso de equilíbrio fiscal – que quer colocar a conta da crise nas costas do trabalhador, ressaltando que isso visa o desmonte do serviço público, mas é uma questão que transcende as fronteiras do País.
“A necessidade de resistência é local. É no local de trabalho, na comunidade. Mas precisamos de uma resistência estadual, nacional e até internacional. Pois o que está por trás dos ataques é um projeto imposto pelo Banco Mundial, pelo Fundo Monetário Internacional. É a imposição de um pequeno grupo de famílias que controlam o mundo. Mandam e desmandam. Um estudo suíço mostrou que são 147 superempresas articuladas em todo o mundo, que pertencem a cerca de 50 famílias”, assinalou Lujan.