A classe trabalhadora brasileira sofreu grandes ataques no último período. Foram imensas as perdas de direitos e conquistas históricas obtidas em mais de 100 anos de luta. As contrarreformas trabalhista e da Previdência foram aprovadas no marco de um golpe de Estado em 2016 e da ascensão da extrema direita no Brasil, levando a eleição em 2018 de um nazifascista e genocida responsável por 700 mil mortes na maior pandemia deste século. Um ser misógino, racista, com sinais de psicopatia e incapaz de qualquer gesto de empatia.
A burguesia brasileira, comprovando mais uma vez o seu caráter autocrático, de preventivamente frear as lutas e retirar direitos da classe trabalhadora, não titubeou em apoiar um governo que flerta com o nazismo para implementar os ataques de interesse do capital. Após a aprovação da PEC 55 (teto de gastos), precisavam fechar o ciclo com a aprovação do fim dos direitos trabalhistas e da tentativa de praticamente extinguir a previdência pública com a EC 103/2019. Bolsonaro e seu Ministro “Posto Ipiranga” Paulo Guedes foram os algozes das/os trabalhadoras/es neste processo.
Mesmo em um cenário com extremas dificuldades, teve luta! Foram longos quatro anos de enfrentamento à turba de golpistas, neofascistas da extrema direita, mercadores da fé, cristofascistas, fariseus de todas as espécies, quadrilheiros, sonegadores, latifundiários, traficantes, milicianos e milicos do partido da boquinha. Um desgoverno genocida e criminoso a serviço do crime organizado, dos grileiros de terras, da garimpagem ilegal, dos contrabandistas e sonegadores. Com as lutas que travamos, conseguimos importantes vitórias: derrotamos a PEC 32 – que seria a consumação da destruição do Estado Brasileiro – e realizamos uma greve histórica das/os trabalhadoras/es da Saúde, do Trabalho e do INSS, com mais de 60 dias de batalha, e não cessamos por um momento a defesa dos direitos da classe trabalhadora.
Nas ruas, lutamos sem trégua e derrotamos bozonazi. Elegemos um presidente para garantir o Estado democrático de direitos, comprometido com as bandeiras sociais, a saúde, a educação, a assistência social, a previdência social e o combate à fome.
Nas urnas, derrotamos os fascistas. Agora, precisamos derrotá-los nas ruas, com a classe retomando seu lugar de luta.
A conjuntura é de um Estado destroçado pela ação direta do governo ultraliberal, que entregou o patrimônio público para os rentistas – os abutres do sistema financeiro -, desmantelarem os serviços públicos, os centros de pesquisa e implantarem as escolas militares, que servem aos interesses dos fascistas golpistas.
É neste cenário que enfrentaremos o desafio de lutar pela reconstrução dos serviços públicos, da saúde e seguridade social; pelo reajuste dos salários congelados desde 2017; e pela reestruturação dos locais de trabalho, por condições dignas de trabalho e um serviço público de qualidade.
Para fazer frente aos ataques que teremos pela frente, e determinante a unidade da classe trabalhadora, temos um governo que defende a democracia, mas também de coalizão. O nosso papel enquanto classe trabalhadora é intensificar a mobilização, organizar a categoria nos locais de trabalho, cobrar atendimento de todas as pautas e reivindicações e a reestruturação dos serviços públicos.
Nos dias 31/12/2022 e 01/01/2023, várias categorias de servidoras/es realizarão atos em Brasília pelo reajuste salarial imediato, instalação de mesa de negociação permanente, arquivamento da PEC nº 32 e reconstrução dos serviços públicos. E em 02 de janeiro de 2023, representantes de diversas entidades federais buscarão o novo governo para cobrar essas pautas.
Temos lutas fundamentais para este próximo período, como o atendimento das nossas reivindicações, o fortalecimento da luta pela revogação imediata da EC nº 95/2017, as contrarreformas trabalhista e da previdência social e o enterramento definitivo da PEC nº 32 (contrarreforma administrativa).
E como a história nos ensinou e aprendemos em décadas de greves históricas, NADA VIRÁ SEM LUTA!
Desejamos a todos um ano de 2023 com muita luta!
Sem luta, não haverá vitórias e conquistas!
Brasília, 29 de dezembro de 2022.
Plantão da Fenasps
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Fonte: Fenasps.