Na segunda rodada da Mesa Nacional de Negociação Permanente (MNNP) com o Governo Federal, realizada nesta terça-feira, 28 de fevereiro, a FENASPS e demais entidades do Fonasefe se manifestaram contra a proposta do governo apresentada na reunião do último dia 16.
Na ocasião, o governo apontou um índice de 7,8% de reajuste linear para todas as carreiras do Executivo e um incremento de R$200 no auxílio-alimentação, que sairia de R$458 para R$658, em um reajuste de cerca de 44%.
De forma resumida, a FENASPS e as demais entidades apresentaram proposta para:
- Manter correção dos salários em 27%;
- Discutir desde já a Campanha Salarial 2024 com o Governo, reconhecendo as perdas históricas;
- Correção dos benefícios sociais e projeto de isonomia com outros poderes (Legislativo e Judiciário) no valor do vale-refeição;
- Instalação das mesas setoriais de forma urgente;
- Definição das regras do processo de negociação.
Representaram a FENASPS na reunião desta terça-feira, 28 de fevereiro, os diretores Moacir Lopes e Márcio Freitas e a diretora Laurizete Gusmão. Veja mais na galeria de fotos abaixo:
FENASPS presente na segunda rodada da Mesa Nacional de Negociação com o governo!
Proposta insuficiente
As entidades do Fonasefe, ainda que considerem uma grande vitória o estabelecimento de um espaço efetivo de negociação, algo praticamente inexistente desde 2016, argumentaram que é uma proposta muito insuficiente para recompor as perdas salariais das/os Servidoras/es Públicas/os Federais (SPFs).
As perdas inflacionárias chegam a quase 27% apenas nos últimos quatro anos. Mas, se considerarmos aquelas categorias que negociaram acordos de dois anos em 2015, como é o caso da base da FENASPS, este índice pode chegar a até 60%.
Por isso, a FENASPS e demais entidades do FONASEFE cobraram saber o quanto que o Governo está disposto a negociar para construir efetivamente com o fórum uma proposta que responda à íntegra da pauta das trabalhadoras e trabalhadores do Setor Público Federal.
Em segundo lugar, as entidades entendem que é imprescindível que o governo responda qual é o orçamento que possa ser assegurado para a recomposição das/os SPFs. A FENASPS e demais entidades do FONASEFE argumentaram que é necessário que o governo construa junto com as entidades o reconhecimento das perdas históricas das/os trabalhadoras/es.
Este ponto é preciso ser colocado em discussão o quanto antes, já que não é uma discussão desassociada daquela que deverá ser feita a partir de 2024 e não pode atropelar a discussão da PLOA do próximo ano, que é um debate que ainda está por vir junto ao Congresso Nacional.
Além disso, a FENASPS e entidades do FONASEFE questionaram ao governo se há a possibilidade de incluir mais recursos do que está previsto na PLOA aprovada no final de 2022 – R$ 11,2 bilhões – para que tenha maior capacidade de negociar com as/os trabalhadoras/es.
As entidades do Fonasefe apontaram ainda que o problema do Governo não seria exatamente financeiro, já que quase metade de todo o Orçamento Federal de 2022 foi usado para pagamento da dívida pública, que teria de ser auditada segundo a Constituição Federal de 1988 (saiba mais aqui).
Por fim, as entidades sindicais cobraram que o Governo considere a revogação de uma série de medidas que desmontaram o Serviço Público durante a gestão Bolsonaro – o chamado “revogaço“.
São uma série de instruções normativas, portarias e decretos (confira aqui o rol de medidas) que as entidades do FONASEFE reivindicam que sejam revogadas. As entidades argumentaram que essa ação não geraria nenhum impacto financeiro e reforçaram que esta pauta é de extrema importância para as/os trabalhadoras/es, assim como a anistia de servidoras/es que foram perseguidos durante a gestão Bolsonaro.
Confira a participação da FENASPS na segunda rodada da MNNP no vídeo abaixo: