Ato manifesta apoio aos estudantes secundaristas e dos Ifes que ocupam as escolas e sedes do Instituto na luta contra a PEC 241. Próxima atividade está prevista para o dia 11 de novembro
A construção da greve geral da classe trabalhadora teve mais um capítulo nesta segunda-feira, 24 de outubro de 2016, nas ruas da capital capixaba. Foi o Dia Nacional de Mobilização e Paralisação que contou com a presença do Sindprev-ES e das demais entidades que compõem a Frente Estadual em Defesa da Previdência Social, dos Direitos Trabalhistas e Serviços Públicos.
As/os manifestantes promoveram mais um dia de luta contra a PEC do Fim do Mundo – 241/2016 – e outros projetos do governo golpista e do Congresso Nacional que visam atacar os serviços públicos e trazer prejuízos à classe trabalhadora. O próximo passo previsto será no dia 11 de novembro. A articulação dessa próxima etapa será definida por uma reunião da Frente no dia 1º de novembro. (Confira os detalhes ao final desta matéria).
A concentração do ato, desta segunda, 24, teve início às 07h, em frente ao INSS, na Avenida Beira Mar, em Vitória. Ali se reuniram trabalhadoras/es e aposentadas/os da base do sindicato e outras categorias, que integram a Frente, como: Adufes (Associação de Docentes da Ufes), Sindibancários-ES, Sindipúblicos-ES, Sindismuv (Sindicato dos Servidores Municipais de Vitória), representantes da base do Sindiupes, militantes da CSP/Conlutas e de outros movimentos sociais. Pouco antes das 09h, técnico-administrativos da Ufes, representantes pelo Sintufes, que estavam concentrados no campus de Goiabeiras chegaram para realizar o ato unificado, puxado pela Frente.
Durante o trajeto, os manifestantes reafirmaram o quão nefasta a PEC 241 (Proposta de Emenda à Constituição) será caso seja aprovada. E também manifestaram total apoio aos estudantes secundaristas e dos Ifes que estão ocupando escolas e institutos federais contra a PEC.
“A PEC vai congelar por 20 anos os investimentos em Saúde e Educação públicas. E não podemos acreditar que ela vai manter esses investimentos baseado na inflação do ano anterior, pois isso não vai acontecer, vão reduzir o máximo que puderam e vão trazer sérios prejuízos para os serviços públicos, para os trabalhadores, para a Previdência e para a população”, alertou o coordenador do Sindprev-ES e da Fenasps, Willian Aguiar.
O diretor do Sindibancários-ES, Carlo Pereira do Araújo, o Carlão, lembrou a luta do movimento estudantil, reafirmando a necessidade de classe trabalhadora se organizar em favor da greve geral.
“Os estudantes já estão dando o recado (que estão contra a PEC, o ajuste fiscal), ocupando as escolas. Mas esse problema é nosso! Todas as organizações da Frente têm esse papel (de fazer a luta). E temos que construir a greve geral da classe trabalhadora”, pontuou.
No trajeto do ato, em frente à Rede Gazeta, a grande imprensa foi alvo de duras críticas, sobretudo pela forma que ela divulga que há déficit na Reforma da Previdência.
“De 2005 a 2015, a Previdência teve superávit de R$ 1,2 trilhão. Só que como estão usando recursos dela para pagar a dívida pública, que é o discurso que o FMI faz e que o governo federal segue, a mídia diz que tem déficit para que a reforma seja feita, aumentando o tempo de contribuição dos trabalhadores e igualando o tempo de trabalho das mulheres ao dos homens. Não podemos pagar essa conta”, assinalou o professor Laureni França Araújo.
O presidente da Adufes, José Rocha, reforçou que a mídia não conta a verdade sobre a dívida pública, pois assim “atende aos interesses diretos do capital”.
A necessidade da realização da auditoria da dívida pública foi outro alerta feito pelos manifestantes, bem como a importância de o povo brasileiro ficar por dentro dos projetos do ajuste fiscal e não aceitarem tudo que é divulgado pela grande mídia como se fosse isso a verdade dos fatos. Panfletos foram distribuídos a populares chamando atenção para essas questões.
O protesto seguiu até a Secretaria Estadual de Educação (Sedu-ES), onde mais palavras de ordem em favor das ocupações das escolas públicas foram proferidas. E muitas críticas ao governo estadual e aos principais canais de comunicação do ES que não dão a devida cobertura a essas ações.
Avaliação e próximos passos
O diretor do Sindprev-ES Francisco dos Santos Filho, o Chiquinho, avaliou positivamente o ato, destacando que ele é mais uma atividade rumo à greve geral.
“Foi muito bom o ato. Estamos só crescendo com o passar das semanas. As entidades da Frente participaram e vamos atingir nosso objetivo. É a nossa greve geral que está tomando corpo”, frisou.
Ele convocou as organizações que compõem a Frente para os próximos passos da mobilização.
“Convocamos as entidades da Frente para que no dia 11 de novembro façamos mais uma luta em mais um Dia Nacional de Mobilização rumo à greve geral. A Frente vai se reunir no dia 1º para traçar as estratégias para mais essa data”, adiantou Chiquinho.
Em breve o Sindprev-ES vai divulgar o horário da reunião do dia 1º de novembro.